Aqueles entre meus amáveis leitores que estiverem com as referências literárias em dia devem se lembrar da sinuca de bico enfrentada pela personagem-título de “A Escolha de Sofia”: escolher um filho ou outro. Nenhuma mãe merece ser obrigada a fazer essa escolha. Seja qual for a escolha, a perda será indizível.
Da mesma forma, nenhum filho merece ser obrigado a fazer a mesma escolha ao contrário: “ou a mamãe ou o papai, Mariazinha. Escolha”.
No entanto, essa é a posição desconfortabilíssima em que a união entre pessoas do mesmo sexo coloca os filhos, exceto pelo fato de que os filhos (os maiores interessados) não têm escolha. Alguém faz a escolha por eles.
Seja qual for a sua opinião, leitor, sobre a união entre pessoas do mesmo sexo, uma coisa é certa: qualquer criança criada nesse ambiente sofre uma perda terrível: ou não terá mãe ou não terá pai. Nil est tertium. Numa união que envolva dois homens ou duas mulheres, o resultado é sempre esse. Quando Mamãe escolhe uma mulher ou Papai escolhe um homem como parceiro(a) para a vida, o filho sempre perde algo extremamente valioso e insubstituível: a mãe ou o pai.
Muitas vezes, essa perda tem conseqüências trágicas para uma criança. Se, por exemplo, ela for criada num lar sem a presença do pai, a probabilidade de que ela deixe de freqüentar a escola; passe a usar ou vender drogas; tenha problemas com a Justiça; e seja pobre aumenta astronomicamente. O mesmo ciclo de desespero e crime sucede no caso de ausência da mãe.
Se Mamãe faz sexo com outra mulher, isso não transforma a outra mulher automaticamente num Papai. Fazer sexo com Mamãe a transformará num Papai tanto quanto eu serei transformado em bezerro por beber leite.
A questão que se coloca aqui, meus caros, é que mães e pais têm importância fundamental para o desenvolvimento das crianças e, portanto, para o futuro de qualquer país, que depende do desenvolvimento e amadurecimento da geração seguinte. Isso funciona melhor quando as crianças têm pai e mãe.
Digo isso porque, de acordo com um estudo* (amplamente atacado pelos setores esquerdistas nos EUA) realizado pelo sociólogo Mark Regnerus, da Universidade do Texas, chega-se às seguintes conclusões:
Em comparação com crianças criadas em lares intactos, com pai e mãe biológicos presentes para criá-las, os filhos de pais homossexuais:
- Acabam sendo muito mais propensos a recorrer a programas de assistência social;
- Apresentam desempenho escolar/acadêmico pior;
- Declaram um "impacto negativo" contínuo maior da sua família original;
- Apresentam maior tendência à depressão;
- São presos com maior freqüência
- (No caso de mulheres) Têm mais parceiros sexuais, tanto masculinos quanto femininos
Se os filhos forem de mães lésbicas:
- Serão mais propensos a viverem em coabitação atualmente;
- Serão quatro vezes mais propensos a recorrer a programas de assistência social;
- Terão uma tendência menor de trabalhar em empregos de período integral;
- Serão mais de três vezes mais propensos ao desemprego;
- Serão quase quatro vezes mais propensos a se identificar de maneira não totalmente heterossexual;
- Serão três vezes mais propensos a ter casos extramaritais se forem casados ou viverem em coabitação;
- Terão uma probabilidade dez vezes maior (o que é impressionante) de ter sofrido "contato sexual de de pai/mãe ou outro responsável";
- Serão quatro vezes mais propensos a sofrer “coerção física” para fazer sexo contra sua vontade;
- Terão maior probabilidade de ter problemas de criação de vínculos, relacionados à capacidade de depender de outras pessoas;
- Usarão maconha com maior freqüência;
- Fumarão com maior freqüência;
- Se declararão culpados com maior freqüência em crimes de maior potencial ofensivo.

Os defensores da união entre pessoas do mesmo sexo também argumentam que é errado fazer juízo de valor sobre o casamento. No entanto, eles se permitem fazer julgamentos de valor sobre quem deve se casar. Mais uma vez eles fracassam no campo da lógica. Ao insistir que as uniões entre pessoas do mesmo sexo devem ser consideradas casamentos da mesma forma que os casamentos heterossexuais (por exemplo, como faz o novo queridinho das massas, o Ministro Joaquim Barbosa, do STF), eles fazem juízo de valor sobre os casamentos, tanto os deles quanto os dos outros. Se são contrários aos juízos de valor sobre o casamento, então eles devem parar de uma vez por todas de dizer o que dizem. Mas não me iludo. Eles não vão parar. Na verdade, eles impõem seus juízos às pessoas ao mesmo tempo em que se recusam a permitir que os outros façam seus juízos.
Quero, por fim, esclarecer um aspecto muitas vezes mal entendido: não estou dizendo que casamentos sem filhos não são casamentos. Se eu dissesse isso, poderia facilmente ser diagnosticado como esquizofrênico. Meu argumento é que casamento e família normalmente andam pari passu. Estou falando do vínculo comum entre casamento e família, não de um pré-requisito suficiente e necessário para o casamento. Casamento e família são, simplesmente, o mecanismo habitual de criar e cultivar as gerações seguintes. Mas, no caso de uma união homossexual, isso é naturalmente impossível. Se alguém tentar conceder a eles, por outros meios, o que a natureza lhes nega, as crianças serão, estatisticamente, mais propensas a sofrer conseqüências negativas, o que não ocorre num casamento (heterossexual, por definição semântica e constitucional). Em outras palavras, Se um casal não tem filhos até um determinado momento, eles não deixam de estar casados. Se tiverem filhos, estes sofrerão menos prejuízos do que os filhos criados por dois homens ou duas mulheres, uma situação que implica a considerável perda ou da mãe ou do pai.
.jpg)
No fim das contas, o que o movimento homossexual pela “igualdade de direitos” pretende é destruir a família para eliminar qualquer noção de memória e dever históricos entre as pessoas. Os bolcheviques aplicaram o mesmo método, e me refiro não apenas ao caso da chacina de famílias inteiras, mas também ao incentivo à infidelidade conjugal e à ridicularização de qualquer tipo de vida pautada por princípios. Um ser humano criado sob condições de niilismo moral nunca será capaz de governar sua vida e, assim, será o escravo perfeito.
Uma representação cinematográfica perfeita desse fenômeno é o filme russo Груз 200 ("Carga 200"), que demonstra os efeitos do niilismo político e da evaporação das famílias após três ou quatro gerações de políticas voltadas contra a família. Ironicamente, não causa espécie que o único personagem do filme que se redime é o professor de ateísmo aplicado: ele tem uma família relativamente “normal”. Se não for freado, o movimento homossexual pela “igualdade de direitos” acabará conduzindo todos a uma sociedade igual à representada nesse filme.
(*) Sim, caros leitores: eu li atentamente o estudo antes de citá-lo no artigo. Não sou desonesto intelectualmente a ponto de citar estudos aleatoriamente ou "de orelhada".
Nenhum comentário:
Postar um comentário