Nelson Mandela era comunista. Isso está fora de discussão. Embora a maioria das pessoas ache que essa inclinação ideológica não importa, ela está na própria essência de quem ele foi. Ele nunca criticou o comunismo. Ele nunca se desculpou por adotar o comunismo. Ele nunca pôs a nu a natureza destruidora de almas do comunismo. Nesse aspecto, Mandela foi como Robert Mugabe, o hediondo dirigente marxista do Zimbábue, mas não essencialmente ruim como Mugabe.
Mandela se tornou comunista porque precisava do comunismo para pôr fim ao domínio branco dos africâneres na África do Sul? Não. O comunismo não era necessário para combater o realíssimo legado racista do colonialismo europeu.
Na ex-colônia britânica da Rodésia, o bispo Muzorewa foi eleito, em 1979, primeiro ministro do que se tornaria a nação independente do Zimbábue, e esse religioso metodista negro foi aceito por negros e brancos. Em 1980, o comunista Mugabe, mediante o uso de violência exacerbada e intimidação, forçou a realização de novas eleições, vencidas por ele. O carniceiro Mugabe está no poder há 33 anos.
O bispo Muzorewa representava tudo o que se pode querer de um líder político negro. Ele foi a Israel em 1983 e conclamou o Zimbábue a estabelecer relações diplomáticas com aquele país. Muzorewa começou uma greve de fome quando Mugabe começou a eliminar toda a oposição política.
O comunismo é, ainda, uma das piores coisas que já aconteceu à África, e, como Muzorewa demonstrou, era claramente desnecessário à libertação dos negros. Na verdade, a esmagadora maioria das vítimas dos gangsteres comunistas negros africanos consistia em seus opositores negros que não eram comunistas, fato sobejamente comprovado pelos exemplos de países como Angola, Etiópia e Moçambique.
Ainda mais perverso no comunismo de Mandela é o fato de que o Partido Nacional, dos africâneres holandeses (paladino do racismo e da intolerância contra a minoria branca inglesa e seu Partido Unionista) era composto por bolcheviques fervorosos. O fato histórico é que os africâneres supremacistas brancos apoiaram o bolchevismo desde o início.
O general James B.M. Hertzog, líder do Partido Nacional, afirmou, num discurso de novembro de 1919 em Pretoria (noticiado aqui):
"O bolchevismo, digo eu, é a vontade do povo de ser livre, governar a si mesmo e não se submeter a um invasor estrangeiro. Por que as pessoas querem oprimir e acabar com o bolchevismo? Porque a liberdade nacional significa a morte para o capitalismo e o imperialismo. Não temamos o bolchevismo. A idéia em si é excelente". (1)
Seu vice, Daniel F. Malan, afirmou, em 23 de janeiro de 1920, em Vryburg: "Os bolcheviques representam a liberdade, assim como o Partido Nacional" (2). Em 1922, o Partido Nacional formou uma "Frente Unida" com o Partido Comunista e o Partido Trabalhista. No Congresso do Partido Nacional em 1924, que ratificou o pacto entre o Partido Trabalhista e o Partido Nacional, Malan afirmou novamente que ambos "se opunham diametralmente ao domínio capitalista e monopolista e à exploração do povo".
Em 1989, Walter E. Williams escreveu um excelente livro, South Africa's War Against Capitalism ("A Guerra da África do Sul Contra o Capitalismo"), que demonstra amplamente que os dirigentes brancos africâneres do país haviam aceito em grande parte os princípios do socialismo radical. O comunismo, adotado por Mandela, era compatível com a odiosa supremacia branca dos africâneres, e, embora pouca gente tenha se dado conta, o comunismo sempre considerou a intolerância racial atraente.
O próprio Karl Marx era anti-semita e racista. Numa de suas cartas a Engels, ele escreveu sobre seu colega socialista Lassalle:
"Agora está bem claro para mim (como também provam o formato da cabeça dele e a maneira como seu cabelo cresce) que ele descende dos negros que acompanharam a fuga de Moisés do Egito (a menos que sua mãe ou avó paterna tenham cruzado com um preto*). Agora, essa mistura de judaísmo e germanidade de um lado, e a estirpe negróide de outro, devem inevitavelmente gerar um produto peculiar. A impertinência do sujeito também é típica dos pretos*".
Carta de Marx a Engels em Manchester, 30 de julho de 1862.
Marx/Engels Collected Works, Volume 41, p. 388;
A maioria russa que dominou a União Soviética exterminou milhões de minorias, transformou o Cazaquistão num enorme aterro radioativo e instituiu o anti-semitismo que deixou toda uma classe de judeus, os отказник ("otkazik", rejeitados) implorando o direito de partir e se instalar em Israel. A China comunista é igualmente perversa, como bem podem dizer os tibetanos e os uigures.
O comunismo é a pior fé que já encontrou abrigo nos corações humanos. O fracasso da descomunização após a queda do Império Soviético, o esmagamento do levante dos estudantes na Praça Tiananmen e o peso esmagador das provas sobre os milhões assassinados pelos comunistas (hoje em dia, 100 milhões é uma estimativa conservadora, ainda muito pior do que o Holocausto) são os crimes morais mais destacados de nossa época.
As pessoas podem pensar em Nelson Mandela como um "bom comunista" e, talvez ele tenha sido, mas isso não é melhor do que chamar Albert Speer de "um bom nazista", Ambas as coisas são oxímoros perfeitos.
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(1) Hertzog, J.B.M. Die Hertzogtoesprake. Vol. 4. du Toit Spies; F.J., Krüger; D.W.; e Oberholster, J.J. Perskor (Org,), 1977, pp. 141-142. Tradução direta do africâner pelo autor deste artigo.
(2) Budlender, Geoff. "Civil Rights and the University", Pro Veritate, 15 de abril de 1973, p.21.
(*) No original, "nigger".
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