Quem souber inglês e quiser conferir o original, eis o link: http://aynrandlexicon.com/lexicon/charity.html
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"Minha opinião sobre a caridade é muito simples. Eu não a considero uma virtude essencial e, sobretudo, não a considero um dever moral. Não há nada de errado em ajudar outras pessoas se e quando elas forem dignas de ajuda e se for viável ajudá-las. Considero a caridade uma questão periférica. O que combato é a idéia de a caridade ser um dever moral e uma virtude fundamental.
Entrevista à Playboy, março de 1964
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O fato de ninguém ter direito ao que é dos outros (ou seja, de ninguém ter o dever moral de ajudar alguém e de ninguém poder exigir ajuda como um direito) não exclui nem proíbe a boa-vontade entre as pessoas e não faz com que seja imoral oferecer ou aceitar assistência voluntária ou sacrificatória.
Foi o altruísmo que corrompeu e perverteu a benevolência humana, considerando o doador um objeto de imolação e o beneficiário um objeto digno de pena que detém uma hipoteca sobre as vidas dos outros, ou seja, uma doutrina extremamente ofensiva para ambas as partes, que não deixa às pessoas nenhuma opção além dos papéis de vítima de sacrifício ou de canibal moral.
Ao avaliar a questão por sua perspectiva correta, deve-se começar por rejeitar os termos do altruísmo e todo o seu horrível ressaibo emocional e, depois, examinar as relações humanas por um prisma diferente. É moralmente correto aceitar ajuda quando ela é oferecida não como um dever moral, mas como um ato de boa-vontade e generosidade, quando quem a oferece tiver condições de fazê-lo (ou seja, quando a oferta não implicar abnegação de sua parte), e quando a ajuda é concedida em contrapartida das virtudes de quem a recebe, não em contrapartida de seus defeitos, suas fraquezas ou de suas falhas morais, e não com base na sua necessidade em si.
"A questão das bolsas de estudo"
The Objectivist, junho de 1966, 6
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O método correto para julgar quando ou se alguém deve ajudar outra pessoa consiste em consultar o interesse próprio racional e sua hierarquia de valores: o tempo, dinheiro ou trabalho concedidos ou o risco assumido devem ser proporcionais ao valor da pessoa em relação à felicidade de quem ajuda.
Ilustro isso com o exemplo preferido dos altruístas: a questão de salvar uma pessoa que está se afogando. Se a pessoa a ser salva for desconhecida, é moralmente correto salvá-la quando o perigo para a vida de quem realizará o salvamento for muito pequeno; quando o perigo for grande, seria imoral tentar o salvamento: apenas a falta de amor-próprio permitiria que a pessoa não valorizasse mais a própria vida do que a de um estranho qualquer. (Por outro lado, se uma pessoa estiver se afogando, ela não pode ter a expectativa de que um estranho arrisque sua vida pelo bem dela, lembrando que a vida dessa pessoa não pode ser mais valiosa para o estranho do que para ela mesma).
Se a pessoa que precisa ser salva não for desconhecida, o risco que alguém deve estar disposto a correr será maior na proporção do tamanho do valor da pessoa para quem realizará o salvamento. Caso se trate da pessoa amada, é possível que exista a disposição de dar a própria vida para salvá-la, pelo motivo egoísta de que a vida sem a pessoa amada poderia ser insuportável.
"A ética das emergências"
A virtude do egoísmo, p. 45
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"O que é o Capitalismo"