Muita gente pode achar que o número de mortes em Israel é baixo comparado com os mais ou menos 180 palestinos que morreram em Gaza nas últimas semanas. Aposto um sushi que os esquerdistas vão mencionar a proporção de baixas entre civis e militares publicada pela ONU, que, dizem, consiste em 70% de civis.
De onde vieram esses números? Do Hamas. Não causa espécie que o Tenente-Coronel Peter Lerner, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI) tenha contestado esses números. Na verdade, de onde mais eles poderiam ter vindo? O Hamas comanda a Faixa de Gaza. A BBC acabou de levar uma bronca por fornecer fotos falsas de Pallywood... ou Gaza, como a região também é conhecida.
Essa “falta de proporcionalidade” (como os acadêmicos ocidentais muitas vezes colocam) tem um motivo que aparentemente foi ignorado por Manuel Hassassian (um enviado da Autoridade Palestina ao Reino Unido), quando ele disse:
“Não há abrigos, casamatas, não há para onde ir a não ser para casa.”
Israel construiu muitos abrigos contra ataques aéreos e outros meios de proteção para seus cidadãos. O país também usa alertas de ataque aéreo para reagir aos ataques do Hamas com foguetes. O Hamas, por sua vez, não oferece nada disso ao seu povo.
A outra coisa é que o Hamas posiciona deliberadamente seus combatentes entre a população civil de Gaza, como todos sabem muito bem e já está muito bem documentado.
Qual é o motivo das políticas suicidas do Hamas?
O motivo principal é que a tal da Fraternidade Muçulmana quer que algumas (ou até mesmo muitas) pessoas do seu povo morram.
E por que o Hamas quer isso?
Há vários motivos, embora o principal seja a reação a essas mortes no Ocidente, por exemplo, a reação dos 600 manifestantes (principalmente muçulmanos e estudantes esquerdistas) que tomaram as ruas de Bradford (no norte da Inglaterra) no último fim de semana.
Em outras palavras, as mortes dos palestinos fazem muito bem no Ocidente para a causa palestina. (Principalmente no caso dos estudantes/ativistas de esquerda e seus mentores nas universidades). E esse é um dos motivos pelos quais o Hamas não oferece abrigos ao seu povo.
Eu falo da esquerda radical/marxista porque ela define praticamente toda a pauta quando se trata de Israel e Gaza, seja em termos das teorias marxistas sobre Israel (que até os não-esquerdistas e nazistas usam) ou das freqüentes manifestações e dos movimentos contra Israel, que são quase todos comandados por trotskistas. Na verdade, as mesmas caras trotskistas (PSTU, PSOL, PCO) pululam sem parar, seja em manifestações "Contra a Guerra", "Pelo Respeito", de boicote a Israel, ou o que seja.
O outro aspecto importante que que deve ser lembrado é que, segundo a teologia/ideologia do Hamas, cada palestino morto pelos israelenses é automaticamente alçado à categoria de mártir do Islã. Além disso, outro slogan bem conhecido do Hamas diz "Amamos a morte mais do que a vida".
Os palestinos também afirmam que “não têm aonde ir” durante os ataques aéreos de Israel. Mas isso também é uma meia-verdade porque Israel avisa sobre os ataques com antecedência (
leiam meu post anterior). Por exemplo, outro dia, as forças israelenses lançaram folhetos na cidade de Beit Lahiya, em Gaza, avisando sobre ataques aéreos futuros.
Apenas civis?
Nem o salto triplo carpado de imaginação mais radical permite dizer que Israel dirige seus ataques aos civis palestinos. Por exemplo, na última segunda-feira, Israel atingiu três acampamentos de treinamento do Hamas na cidade de Gaza. Israel também atacou depósitos de armas e destruiu vários quartéis-generais de segurança e delegacias de polícia do Hamas. No fim das contas, as FDI atingiram aproximadamente 1.320 localidades do Hamas em Gaza.
Seja como for, os muçulmanos prefeririam uma invasão por terra? É óbvio que não. O que eles prefeririam mesmo seria que não existisse Israel nem judeus na “terra do Islã”. E aqui não estou falando apenas da "Palestina", mas também da Síria, do Iraque, da Argélia, etc. Na verdade, os judeus já sofreram uma limpeza étnica na Arábia Saudita, na Líbia, na Jordânia e em outros países árabes. Assim, foi cumprida a
promessa do Profeta Maomé: "Expulsarei os judeus e cristãos da Península Arábica e não deixarei senão muçulmanos". Está lá escrito no
Sahih Muslim; livro 21,
"Sobre as Expedições Militares"; capítulo 43
"O que foi narrado sobre a expulsão dos judeus e cristãos da Península Arábica". E cito (e traduzo) o original:
E narrou Musa bin Abdul Rahman Kindi, nos disse Zaid bin Hubab, disse o Revolucionário Sufian, Abu Zubair, Jaber, Umar ibn al-Khattab, que o Mensageiro de Alá, a paz esteja com Ele, disse, "Enquanto eu viver, se Alá quiser, expulsarei os judeus e cristãos da Península Arábica".
Então, como os muçulmanos chegaram ao ponto até de tentar islamizar diversas cidades ocidentais, como Bradford, Birmingham, Malmö, Oldham, Roterdã, Oslo, Marselha e Paris, não fico surpreso por eles levarem a islamização (e, portanto, a limpeza étnica de judeus e cristãos) do mundo árabe ainda mais a sério.
Por que Israel?
Como disse no começo deste post, mais ou menos 180 palestinos foram mortos no estágio mais recente da guerra entre Israel e a Palestina.
Vamos comparar esse número com os 100 mil (ou mais) que morreram na Síria desde 2011; e com a carnificina no Iraque em virtude da tentativa de islamização levada a cabo pelo ISIS (
Estado Isâmico do Iraque e do Levante) no Iraque. E não podemos nos esquecer dos recentes e já históricos genocídios islâmicos no Sudão entre 1991 e 2002, nos quais um milhão e meio de cristãos e animistas foram assassinados pelo regime islâmico de Cartum e pelos jihadistas de Jangaweed; e também há a guerra civil argelina entre 1991 e 2002 (até 150 mil mortes). Ainda por cima, há os conflitos intra-muçulmanos, perseguições islâmicas e ações freqüentes de terrorismo islâmico no Iêmen, no Paquistão, na Somália, na Nigéria, no sul da Tailândia, nas Filipinas, na Líbia... Essencialmente, onde houver muçulmanos vivendo ao lado de não-muçulmanos, haverá conflito. A rigor, existe conflito até mesmo onde os muçulmanos vivem lado a lado com muçulmanos de uma seita diferente.
Então, por todo o mundo hoje em dia (e na História recente), morreram literalmente milhões no incessante processo de islamização e limpeza étnica (de cristãos e judeus) tanto no mundo árabe quanto no mundo muçulmano em geral. Mesmo assim, como sempre, o tratamento racional e compreensível dado por Israel ao Hamas (que deliberadamente se esconde entre a população civil) continua ocupando muito tempo dos noticiário (mesmo quando ele não é pró-palestino).
E isso deve ser porque muitos ocidentais consideram o conflito israelense-palestino uma manifestação diferenciada e muito pior do que todos os outros conflitos que eu acabei de mencionar.
Por que isso acontece?
Principalmente porque a esquerda ocidental (e os esquerdistas mais confusos que continuam obtendo da esquerda radical uma grande parte da sua "teoria" sobre Israel) está claramente obcecada tanto com Israel quanto com o tratamento que Israel dispensa aos palestinos. Grande parte dessa monomania decorre literalmente de uma "modinha" política (ou pura e simplesmente de uma "modinha"). No entanto, esse vanguardismo político é, em si, fundamentado no ódio da esquerda radical ao capitalismo; em seu ódio ao nacionalismo (mas nunca, é claro, ao nacionalismo palestino, africano e outras formas de nacionalismo); e em sua profunda desconfiança do que ela chama de “democracia capitalista”; e tudo isso é personificado em um, e apenas um, Estado do Oriente Médio: Israel.
Para concluir, por que o Hamas intensificou recentemente seus ataques com foguetes contra Israel?
Isso tem pelo menos alguma coisa a ver com a tentativa do Hamas de tirar proveito das guerras sunitas que estão ocorrendo na Síria e no Iraque. Na verdade, os ataques com foguetes a Israel já foram realizados a partir da Síria.
O Hamas e o ISIS têm muito em comum. (Há boatos de que o ISIS já está em Gaza e lutando com o Hamas). No entanto, o Hamas, sendo da Fraternidade Muçulmana, tem ainda mais coisas em comum com os muitos “rebeldes” da Fraternidade Muçulmana que lutam na Síria. E é essa mesma gente que Barack Obama está financiando e treinando.