sexta-feira, 18 de julho de 2014

A diferença moral entre Israel e o Hamas

Uma palestina idosa chora a morte de parentes do lado de fora de um hospital em Khan Yunis, na parte sul da Faixa de Gaza em 16 de julho passado.
O que a maioria dos brasileiros (e do mundo) ouve sobre o atual conflito entre Israel e o Hamas é mais ou menos isto: “125 palestinos, a maioria deles civis, foram mortos pelo incansável ataque de Israel à Faixa de Gaza. Nenhum israelense foi morto até o momento”. Pode até ser verdade, mas o contexto fica completamente esquecido. É preciso prestar atenção às metodologias de ambos os lados.

O Hamas arma lança-foguetes, além de depósitos de suprimentos e postos de comando e controle, no meio de edifícios de apartamentos, mesquitas e escolas. Desses locais, os combatentes lançam dezenas de salvas de foguetes contra centros populacionais, sem qualquer tipo de distinção. Ultimamente, eles têm disparado quase sem parar. Mas normalmente eles disparam quando as crianças israelenses estão saindo de suas casas (que contam com abrigos seguros) para as escolas, que também têm abrigos. Eles fazem isso deliberadamente para tentar atingir as crianças desprotegidas. Eles não se preocupam em diminuir os danos colaterais. Na verdade, o que eles procuram é aumentar esses danos.

Israel, por outro lado, dispara apenas contra alvos militares específicos, definidos através de coleta de informações. Como esses alvos são deliberadamente misturados com a população civil pelo Hamas, Israel deve tomar providências para diminuir as baixas colaterais.

Antes de atacar um edifício, Israel telefona para o número fixo do edifício e para os celulares em nome dos moradores do edifício (e os celulares também recebem mensagens de texto), informando que, dali a alguns minutos, o edifício será bombardeado. Finalmente, para ter certeza de que todos receberam o recado, Israel lança uma bomba sem carga explosiva sobre o telhado da estrutura. Alguns minutos depois, o edifício é destruído. Não há notícia na História militar moderna de que um exército tenha tomado medidas tão amplas para dar aos inocentes as maiores oportunidades de sair do caminho. Não existe “precisão cirúrgica” maior entre as Forças Armadas modernas.

Além disso, Israel desenvolveu seu tão alardeado (e com razão) sistema de defesa contra foguetes chamado "Cúpula de Ferro", que torna sem efeito a maioria dos ataques do Hamas. Com a Cúpula de Ferro, que abate os foguetes que, de outra forma, poderiam causar muitos estragos, e o aplicativo “Alerta Vermelho”, que alerta os civis em tempo real, pelo celular, quando um foguete terrorista é lançado e para onde ele está indo, as baixas civis em Israel têm sido desprezíveis.

Israel só quer que o deixem em paz. O Hamas quer destruir Israel. Não há nenhuma equivalência moral nesse cenário, e as táticas dos dois lados comprovam o meu argumento.

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